Mais um Vingador chega aos cinemas nessa sexta-feira, dia 1º de novembro, Thor-O Mundo Sombrio é o segundo filme solo do Deus do Trovão e dá continuidade a segunda fase do universo Marvel cinematográfico interligado, que deverá ser concluída no segundo filme dos Vingadores.
O ponto de partida, assim como também mostrado em Homem de Ferro 3, começa após os eventos de Os Vingadores, com Thor escoltando seu irmão adotivo Loki de volta para Asgard, para ser julgado por seus crimes contra o Reino Eterno e Midgard (a Terra).
Após a queda da Bifrost, a ponte de ligação de Asgard com outras dimensões, o caos se estabelece nos chamados nove reinos, e com a reconstrução da Ponte do Arco-Íris (como é conhecida nos quadrinhos da Marvel) os guerreiros de Asgard lutam para reestabelecer a ordem. Assim, a cronologia cinematográfica coloca os asgardianos como uma força bélica superior, responsável pela ordem nessas dimensões distintas, mesmo que o uso da força se faça necessário para manter tal ordem de acordo com seus fundamentos, algo que lembra muito na vida real o papel que uma superpotência militar exerce sobre nações menores e menos desenvolvidas.
Enquanto guerreiros de Asgard lutam em dimensões diferentes, a verdadeira ameaça da trama vinda do passado começa a ganhar força para seu retorno, apresentada no prólogo em forma de um prequel de poucos minutos. O sombrio inimigo dos nove reinos é Malekith (o quase irreconhecível em sua maquiagem Christopher Eccleston, de Doctor Who), líder dos Elfos Sombrios do reino de Svartalfheim, uma raça ancestral inimiga dos asgardianos, que visa retomar seu domínio universal do passado, domínio esse quebrado por Bor, o avô de Thor, quando o mesmo era regente de Asgard. Malekith, diferente de sua versão original nas HQs onde é um vilão estrategista e manipulador, no filme é retratado quase como um líder tribal, que busca concretizar seus planos pela força do Ether, uma antiga arma dos Elfos Sombrios e uma fonte de poder que remete a uma ameaça universal similar a que o Tesseract exerceu nos filmes anteriores.
O filme retrata mais detalhadamente Asgard e seus habitantes, como seres tecnologicamente muito desenvolvidos, trazendo conceitos que me lembraram bastante o design visual original que Alex Raymond trazia em seus quadrinhos no universo de Flash Gordon, misturando elementos medievais como armas e embarcações, com técnologia Sci-Fi como canhões que disparam rajadas de energia e escaneamento em hologramas.
Thor (Chris Hemsworth), assim como na sua fase inicial nos quadrinhos, se encontra dividido entre seu dever como herdeiro do trono de Asgard e seu amor por Jane Foster (Natalie Portman), amor reprovado por seu pai, Odin, que se preocupa com o sofrimento do filho devido a mortalidade de Jane como terráquea, pois a longevidade vital dos asgardianos é milhares de vezes maior. Então anomalias dimensionais colocam Jane em contato com a força do Ether, despertando Malekith e os Elfos Sombrios de um tipo de hibernação, e fazendo Thor leva-la para Asgard, contrariando a vontade de Odin (Anthony Hopkins).
Entre os demais personagens, os quatro guerreiros amigos de Thor poderiam certamente ganhar uma participação maior, a substituição de Fandral interpretado no filme anterior por Josh Dallas por Zachary Levi não compromete, já Hogun (Tadanobu Asano) faz apenas uma ponta onde tem uma postura mais sorridente e nada condizente com sua conhecida alcunha nas HQs como "O Severo". Quem ganhou uma participação um pouco mais ativa foram Volstagg (Ray Stevenson), Lady Sif (Jaimie Alexander) que começa a demonstrar maior afeição ao Deus do Trovão (algo que poderia ser também melhor explorado como nas HQs), Heimdall (Idris Elba) que dessa vez faz mais que apenas observar e ativar a Bifrost e principalmente Frigga (Rene Russo) a mãe de Thor.
Entre os vilões, Malekith exerce seu papel de liderança entre os Elfos Sombrios de forma até burocrática demais, Algrim, o Poderoso (o também quase irreconhecível Adewale Akinnuoye-Agbaje, que interpretou Heavy Duty em G.I. Joe-A Origem de Cobra) passa por uma transformação que o torna basicamente uma criatura bestial...E o destaque sempre incontestável, é Loki (Tom Hiddleston) que se apresenta como um personagem muito mais complexo, interessante e carismático e conquista uma popularidade nunca antes tão grande nos quadrinhos, ele faz realmente jus a sua alcunha de Deus da Trapaça, melhor que em todas suas apresentações nos filmes anteriores.
Os principais alívios cômicos ficam por conta de Darcy (natural da veia cômica de Kat Dennings) com Ian, seu auxiliar "estagiário" e do Dr. Erik Selvig (Stellan Skarsgård) enlouquecido após a possessão de Loki. Em determinados momentos na segunda parte do filme, algumas piadas são colocadas no decorrer de uma grande batalha na Terra em Londres, e acabam perdendo um pouco de sua função ficando deslocadas no roteiro, no momento em que uma carga mais dramática seria necessária.
No final há ainda duas cenas pós-créditos, a primeira será mais identificada pelos leitores de quadrinhos e faz ligação aparente com o filme dos Guardiões da Galáxia que virá em 2014, já a segunda remete a uma continuação de Thor também anunciada nos créditos.
Para alguns fãs, o fato do filme retratar os asgardianos como seres interdimensionais poderosos e evoluídos, e não divindades, pode incomodar leitores dos quadrinhos, mas vale lembrar que esse conceito já fora apresentado nos quadrinhos bem antes, a divindade dos asgardianos é original de seu contato com os Vikings na Terra séculos atrás, atribuída pelos povos nórdicos ainda primitivos, e assim como nas demais produções anteriores, o universo Marvel cinematográfico adapta o universo original dos quadrinhos dando uma conotação um pouco mais verossímil, mas ainda presta homenagem a diversos conceitos originais das HQs e dá a liberdade poética das mesmas em outros.
O filme tem suas falhas técnicas, mas achei aceitáveis, penso que quem vai identificar essas falhas serão aqueles que tem conhecimento mais técnico de cinema, e na prática, a função básica do fim é entretenimento, é divertir, e nesse ponto o filme cumpre sua função. Algumas pontas soltas são deixadas, mas talvez pela limitação de tempo ou propositalmente para resolução nos próximos filmes. Superior a primeira adaptação do Deus do Trovão nos cinemas, Thor-O Mundo Sombrio mantém o bom nível de entretenimento e diversão dos filmes da Marvel e sem dúvida vale o ingresso.
Na saída da apresentação para imprensa, a Hasbro confirmou o lançamento das action-figures derivadas do filme nos próximos dias, há seis lançamentos previstos com preços que variam entre R$ 49,90 e R$ 149,90, incluindo uma figura eletrônica com 20 cm de altura. Mais detalhes em breve aqui no Sala de Justiça-Br.
Agradecemos em especial ao jornalista e colecionador Daniel "Dangus" Gustavo de o Repórter Móvel, que possibilitou nossa conferida antecipada do filme!
O ponto de partida, assim como também mostrado em Homem de Ferro 3, começa após os eventos de Os Vingadores, com Thor escoltando seu irmão adotivo Loki de volta para Asgard, para ser julgado por seus crimes contra o Reino Eterno e Midgard (a Terra).
Após a queda da Bifrost, a ponte de ligação de Asgard com outras dimensões, o caos se estabelece nos chamados nove reinos, e com a reconstrução da Ponte do Arco-Íris (como é conhecida nos quadrinhos da Marvel) os guerreiros de Asgard lutam para reestabelecer a ordem. Assim, a cronologia cinematográfica coloca os asgardianos como uma força bélica superior, responsável pela ordem nessas dimensões distintas, mesmo que o uso da força se faça necessário para manter tal ordem de acordo com seus fundamentos, algo que lembra muito na vida real o papel que uma superpotência militar exerce sobre nações menores e menos desenvolvidas.
Enquanto guerreiros de Asgard lutam em dimensões diferentes, a verdadeira ameaça da trama vinda do passado começa a ganhar força para seu retorno, apresentada no prólogo em forma de um prequel de poucos minutos. O sombrio inimigo dos nove reinos é Malekith (o quase irreconhecível em sua maquiagem Christopher Eccleston, de Doctor Who), líder dos Elfos Sombrios do reino de Svartalfheim, uma raça ancestral inimiga dos asgardianos, que visa retomar seu domínio universal do passado, domínio esse quebrado por Bor, o avô de Thor, quando o mesmo era regente de Asgard. Malekith, diferente de sua versão original nas HQs onde é um vilão estrategista e manipulador, no filme é retratado quase como um líder tribal, que busca concretizar seus planos pela força do Ether, uma antiga arma dos Elfos Sombrios e uma fonte de poder que remete a uma ameaça universal similar a que o Tesseract exerceu nos filmes anteriores.
O filme retrata mais detalhadamente Asgard e seus habitantes, como seres tecnologicamente muito desenvolvidos, trazendo conceitos que me lembraram bastante o design visual original que Alex Raymond trazia em seus quadrinhos no universo de Flash Gordon, misturando elementos medievais como armas e embarcações, com técnologia Sci-Fi como canhões que disparam rajadas de energia e escaneamento em hologramas.
Thor (Chris Hemsworth), assim como na sua fase inicial nos quadrinhos, se encontra dividido entre seu dever como herdeiro do trono de Asgard e seu amor por Jane Foster (Natalie Portman), amor reprovado por seu pai, Odin, que se preocupa com o sofrimento do filho devido a mortalidade de Jane como terráquea, pois a longevidade vital dos asgardianos é milhares de vezes maior. Então anomalias dimensionais colocam Jane em contato com a força do Ether, despertando Malekith e os Elfos Sombrios de um tipo de hibernação, e fazendo Thor leva-la para Asgard, contrariando a vontade de Odin (Anthony Hopkins).
Entre os demais personagens, os quatro guerreiros amigos de Thor poderiam certamente ganhar uma participação maior, a substituição de Fandral interpretado no filme anterior por Josh Dallas por Zachary Levi não compromete, já Hogun (Tadanobu Asano) faz apenas uma ponta onde tem uma postura mais sorridente e nada condizente com sua conhecida alcunha nas HQs como "O Severo". Quem ganhou uma participação um pouco mais ativa foram Volstagg (Ray Stevenson), Lady Sif (Jaimie Alexander) que começa a demonstrar maior afeição ao Deus do Trovão (algo que poderia ser também melhor explorado como nas HQs), Heimdall (Idris Elba) que dessa vez faz mais que apenas observar e ativar a Bifrost e principalmente Frigga (Rene Russo) a mãe de Thor.
Entre os vilões, Malekith exerce seu papel de liderança entre os Elfos Sombrios de forma até burocrática demais, Algrim, o Poderoso (o também quase irreconhecível Adewale Akinnuoye-Agbaje, que interpretou Heavy Duty em G.I. Joe-A Origem de Cobra) passa por uma transformação que o torna basicamente uma criatura bestial...E o destaque sempre incontestável, é Loki (Tom Hiddleston) que se apresenta como um personagem muito mais complexo, interessante e carismático e conquista uma popularidade nunca antes tão grande nos quadrinhos, ele faz realmente jus a sua alcunha de Deus da Trapaça, melhor que em todas suas apresentações nos filmes anteriores.
Os principais alívios cômicos ficam por conta de Darcy (natural da veia cômica de Kat Dennings) com Ian, seu auxiliar "estagiário" e do Dr. Erik Selvig (Stellan Skarsgård) enlouquecido após a possessão de Loki. Em determinados momentos na segunda parte do filme, algumas piadas são colocadas no decorrer de uma grande batalha na Terra em Londres, e acabam perdendo um pouco de sua função ficando deslocadas no roteiro, no momento em que uma carga mais dramática seria necessária.
No final há ainda duas cenas pós-créditos, a primeira será mais identificada pelos leitores de quadrinhos e faz ligação aparente com o filme dos Guardiões da Galáxia que virá em 2014, já a segunda remete a uma continuação de Thor também anunciada nos créditos.
Para alguns fãs, o fato do filme retratar os asgardianos como seres interdimensionais poderosos e evoluídos, e não divindades, pode incomodar leitores dos quadrinhos, mas vale lembrar que esse conceito já fora apresentado nos quadrinhos bem antes, a divindade dos asgardianos é original de seu contato com os Vikings na Terra séculos atrás, atribuída pelos povos nórdicos ainda primitivos, e assim como nas demais produções anteriores, o universo Marvel cinematográfico adapta o universo original dos quadrinhos dando uma conotação um pouco mais verossímil, mas ainda presta homenagem a diversos conceitos originais das HQs e dá a liberdade poética das mesmas em outros.
O filme tem suas falhas técnicas, mas achei aceitáveis, penso que quem vai identificar essas falhas serão aqueles que tem conhecimento mais técnico de cinema, e na prática, a função básica do fim é entretenimento, é divertir, e nesse ponto o filme cumpre sua função. Algumas pontas soltas são deixadas, mas talvez pela limitação de tempo ou propositalmente para resolução nos próximos filmes. Superior a primeira adaptação do Deus do Trovão nos cinemas, Thor-O Mundo Sombrio mantém o bom nível de entretenimento e diversão dos filmes da Marvel e sem dúvida vale o ingresso.
Na saída da apresentação para imprensa, a Hasbro confirmou o lançamento das action-figures derivadas do filme nos próximos dias, há seis lançamentos previstos com preços que variam entre R$ 49,90 e R$ 149,90, incluindo uma figura eletrônica com 20 cm de altura. Mais detalhes em breve aqui no Sala de Justiça-Br.
Agradecemos em especial ao jornalista e colecionador Daniel "Dangus" Gustavo de o Repórter Móvel, que possibilitou nossa conferida antecipada do filme!
Um comentário:
Boa análise, não vi o filme ainda, mas acredito que na sua principal função, que é divertir, ele cumpre o que promete. Outra ótima notícia foi o anúncio do lançamento dos bonecos do filme, como não tinha aparecido nada ainda já tava achando que não ia vir. Vlws
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