G.I. Joe: Retaliação: Nós vimos!

O Sala de Justiça-Br teve acesso a cabine de imprensa de uma exibição prévia de G.I. Joe: Retaliação, filme que estreia oficialmente nessa próxima sexta-feira, dia 29 de março, e abaixo segue nossa impressão do filme:

G.I. Joe: Retaliação é o segundo filme dos heróis "Comandos em Ação" nos cinemas, mas poderia muito bem ser o primeiro. O filme traz alguns vínculos com a produção anterior, "G.I. Joe: A Origem de Cobra" de 2009, mas nenhum tão significativo dentro da história, que com novo elenco funciona quase independente, quase como um reinício da franquia, respeitando sim a cronologia e o trabalho anterior e ainda mostrando que não há necessidade de um reboot total desde que exista um bom roteiro e uma direção bem conduzida.
O vínculo mais importante é o início da trama, praticamente iniciada na produção anterior, onde Zartan, o Mestre dos Disfarces, toma o lugar do presidente norte americano, interpretado por Jonathan Pryce, e Pryce interpreta magistralmente os dois personagens, Zartan e o Presidente. A partir de então, os Joes são enviados para uma missão no Oriente Médio e são vítimas de uma emboscada, onde há poucos sobreviventes que passam a atuar como renegados fora-da-lei, o que nos remete a premissa da série animada mais recente G.I. Joe Renegades, mas a similaridade ainda maior é com outra produção em desenhos animados anterior, G.I. Joe Resolute, onde há uma conotação mais séria e realista, sem perder a essência desenvolvida por Larry Hama nos quadrinhos. 

John M. Chu, que trazia seu currículo de diretor de filmes dançantes, surpreende e mostra que sabe conduzir muito bem também um bom filme de ação, com boas coreografias de lutas e combates explosivos.

A conotação futurista mais Sci-Fi da produção anterior dá lugar para a militaria clássica original da franquia nas linhas de brinquedos e HQs, embora também ainda existam veículos e aparatos tecnológicos fictícios, os mesmos são mais plausíveis dentro do contexto da mitologia G.I. Joe, com direito a veículos clássicos que fãs e colecionadores vão reconhecer na primeira vista.

As características básicas e mais importantes de cada personagem são mantidas, em alguns casos até melhoradas, com o exemplo do Comandante Cobra, sempre retratado de forma quase caricata nos desenhos, aqui o vilão é mostrado de forma muito mais condizente ao posto que ocupa, com uma presença cênica imponente, uma voz gutural sobre uma ruidosa respiração que remetem a lembrança de um certo Lorde Sith eleito o maior vilão da história do cinema.

Outro destaque entre os vilões é Ray Stevenson, impecável como o insano e destrutivo "Cobra Sabotador" Firefly.

Dwayne Johnson consegue conquistar carisma como Roadblock,

no tom certo do personagem, Snake Eyes continua eficiente e mortal, perfeito nas coreografias e lutas de Ray Park, e com um figurino ainda melhor, e há até espaço para momentos íntimos entre Flint e Lady Jane, interpretados por DJ Cotrona e Adrienne Palicki respectivamente, indicando o envolvimento afetivo dos personagens tal como os mesmos sempre apresentaram nos desenhos e quadrinhos, mas o alívio cômico muito presente no primeiro filme dos Joes, passa longe nessa produção. 

Mas como nem tudo é perfeito há alguns furos no roteiro, principalmente no cenário ninja do filme, onde muita coisa é colocada de forma apressada, deixando explicações e detalhes importantes de lado, o que torna o entendimento confuso para quem não conhece detalhadamente o universo G.I. Joe criado em mídias anteriores, mas não tanto comprometedor ao ponto de diminuir a qualidade da produção, apenas detalhes que poderiam ser certamente melhorados. O herói Joe Colton, fundador do grupo de elite que leva seu nome, vivido pelo astro Bruce Willis, é retratado com todo respeito, como o general com alma de soldado e postura exemplar.

Porém sua participação é praticamente coadjuvante e não tão condizente e justa ao personagem e sua importância, assim como personagens importantes, já desenvolvidos e populares acabam desperdiçados em prol de uma carga mais dramática e séria, porém, ao mesmo tempo uma destruição em massa apresentada, que no campo real afetaria toda humanidade como uma tragédia sem precedentes na história moderna, é colocada apenas como efeitos visuais impressionantes, contradizendo um teor realista, mas fica claro que o objetivo do filme é divertir, e consegue com toda certeza ignorando qualquer conotação realista e dando mais importância à fantasia e aventura originais da franquia nos brinquedos e demais mídias.
Mas apesar desses detalhes em contraponto, G.I. Joe: Retaliação é certamente o filme que todos fãs e colecionadores de suas action-figures queriam ver nos cinemas, fiel a essência da franquia e superior certamente a produção anterior, o que deixa a expectativa para ver os Joes enfrentado a organização Cobra mais uma vez nos cinemas futuramente.

As primeiras action-figures e veículos derivados de G.I. Joe: Retaliação já chegaram através da Hasbro no Brasil, e em diversos lugares já estão esgotados, porém com a estreia do filme nesse final de semana, e a premissa de um sucesso que acreditamos o mesmo ser, é certo que estoques serão repostos em breve e traz a esperança de novos lançamentos da linha no decorrer de todo restante do ano. Qualquer novidade à respeito você verá aqui no Sala de Justiça-Br.